segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

Novo poema: Rogo, de Miguel Torga

Miguel Torga

O poema do mês de Fevereiro no formato wordle é "Rogo" de Miguel Torga, poeta já visitado por parte de vários alunos neste blogue. A versão é do livro La paz posible es no tener ninguna (Antología poética bilingüe, 1928-1993), Salamanca, Amarú, 1994. A edição, assim como a tradução, é de Eloisa Álvarez.

3 comentários:

Enrique Caballero disse...

Não diga Torga: diga excelência ou subliminal. Não muito otimista, mas forte, firme, livre, confiante, sem queixa. Ainda não chegei lá. Uma pergunta: já comprei a antologia, mas qual é o poema com a famosa frase?

Departamento de Português disse...

"Princípio"

Não tenho deuses. Vivo
Desamparado.
Sonhei deuses outrora,
Mas acordei.
Agora
Os acúleos são versos,
E tacteiam apenas
A ilusão de um suporte.
Mas a inércia da morte,
O descanso da vide na ramada
A contar primaveras uma a uma,
Também me não diz nada.
A paz possível é não ter nenhuma.

Miguel Torga, in 'Penas do Purgatório' (Coimbra, 1954)

Veja-se:
http://purl.pt/13860/1/bibliografia.htm

http://www.www.citador.pt/poemas.php?op=10&refid=200810080309

Chema DG

Enrique Caballero disse...

obrigado, Chema. Há tempo comprei a antologia "La Paz Posible es no Tener Ninguna" (Amarú Ediciones,Salamanca,1994)que não inclui "Princípio". Gosto muito desta frase; e é também verdade.