segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

Torga connosco



Miguel Torga


Ontem, dezassete de Janeiro de 2010, há quinze anos da morte de Miguel Torga. Adolfo Correia da Rocha, escritor poeta e novelista português, Premio Camões 1989, faleceu neste dia em 1995.
Embora tenhamos neste blogue um magnífico artigo que fala longamente dele, gostava desta pequena homenagem, pois podemos ter a certeza de que aquelas pessoas que amamos e admiramos nunca vão morrer definitivamente enquanto nos lembremos delas. Gosto é da simplicidade do seu túmulo partilhado com a mulher, Andrée Crabbé, no pequeno cemitério de São Martinho de Anta, aldeia que fica em Trás-os-Montes, e onde nasceu. Ali ouve-se o silêncio e percebe-se o seu espírito.
Miguel: agradecimentos pela obra. É um imenso prazer ficar entre nós!

Retrato (Coimbra,11 de Março de 1952)

O meu perfil é duro como o perfil do mundo.
Quem adivinha nele a graça da poesia?
Pedra talhada a pico e sofrimento,
É um muro hostil a volta de pomar.
Lá dentro há frutos, há frescura, há quanto
Faz um poema doce e desejado;
Mas quem passa na rua
Nem sequer sonha que do outro lado
A paisagem da vida continua.


Até breve.....

Inês M. (2NA)

3 comentários:

Departamento de Português disse...

Cara Inês,
Gostei muito das fotografias das flores e do túmulo com a inscrição. E do poema, claro, que escolheste.
Já estamos à espera o teu próximo artigo.

Chema DG

Félix-J. disse...

Bom dia. Eu também gosto muito dos poemas, os contos -nomeadamente daquelas duras, mas muito emotivas, estórias das montanhas trasmontanas- ...de D. Miguel Torga. Assim como dos seus compromissos e valentes actitudes sociais. A última vez que estive em Coimbra tive a oportunidade, logo dum comprido passeio a pé de quase uma hora de duraçao desde a Portagem do Mondego, de conhecer a sua casa-museu. É muito simples, mas tranquila e aconchegada: agradável para o necessário descanso, a vida em família, e o trabalho de escrever... Tem, aliás, um lindo e fresco jardim. Tirei algumas fotografias -no entao estar proibido, contei com a cumplicidade da amável funcionária-, assinei o livro de visitas... Conservo uma vívida lembrança da experiência sentida naquela quente tarde de Verao...
Os meus melhores cumprimentos para a D. Inês, e um abraço para o sotor Chema.
Félix-J. Fernández. Vva. de la Serena.
P.S.: Ora, pá! Ainda tens montes das minhas fotos por publicar, pá!

Anónimo disse...

Caro Félix:

Muito obrigada pelo seu comentário.
De "Torga"... já sabemos, um grande
escritor, um bom médico, e uma boa
pessoa. Uma imensa sorte para nós,
no mais amplo sentido da palavra.

Cumprimentos.

Inês.