Tendo em conta que recebemos um conjunto de livros novos e que há outros emprestados, gostávamos de os convidar a partilhar impressões de leitura. De cada vez que levarem um livro do qual gostem particularmente, podiam fazer uma pequena recomendação aos colegas.
O colega Benito (1ºNA) resolveu dar o exemplo e mandou-nos um comentário do livro O último voo do flamingo, de Mia Couto. Aqui vai!
<< Narra as desventuras de um tradutor moçambicano e de um Capacete Azul italiano que tem de fazer uma investigação sobre a morte de um colega, por causa de uma mina anti-pessoal depois da descolonização.
As tradições, os costumes, as superstições, as renovadas autoridades e as forças vivas da comunidade - a prostituta, o feiticeiro, o padre e a mulher do Governador- marcam o acontecer do romance.
Mostra o dia-a-dia da comunidade, onde a mulher não tem importância. "Para eles ideia de mulher se explica na cabeça de outro homem" diz a prostituta, mas no fundo são as mulheres que têm o peso do quotidiano às costas, elas ajudam-se e odeiam-se.
A tradição é quase sempre favorável ao homem "Se uma mulher perder a fertilidade, o homem terá direito a não ter deveres".
Tudo decorre normalmente até que o desgoverno prejudica um da própria comunidade - o tonto- que morre. A situação muda. Enquanto foi um estrangeiro a morrer não importou, mas quando foi um membro da comunidade foi necessário procurar uma solução; descobrindo-se então a corrupção que se faz com a ajuda internacional e a administração.
O italiano tem o seu passado, o tradutor o seu presente e a população só Deus sabe se terá futuro imediato.>>
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