terça-feira, 10 de novembro de 2009

Plasencia: a Ponte Nova

Ponte de PlasenciaNa semana passada, o nosso professor, falava acerca das pontes que há na cidade do Porto, e pediu-nos contarmos duma ponte da nossa cidade da qual gostássemos. Então, vou contar-vos...

Quando estamos a falar em pontes, na minha opinião, estamos a falar não só de uma obra
arquitectónica mais ou menos antiga ou bonita, mas também falamos dos rios que decorrem sob elas. É lógico pensar que uma cidade que tem pontes, tem rio, e este tem muito a ver com a beleza, a riqueza, e a vida dela. Daí a sua importância.E m Plasencia que é a cidade onde moro, há quatro pontes, mas da que eu mais gosto é da chamada "Ponte Nova" da qual vou contar...
Segundo o livro Las siete centurias de Alejandro Matías Gil (1877), em 1512 acabou-se a construção desta ponte chamada nova por ter sido a última construída nessa altura. No entanto, o seu verdadeiro nome é "Da Ilha", pois fica perto da ilha, uma zona muito frondosa
Livro Plasenciae cheia de árvores, percorrida pelo rio Jerte. Relativamente à arquitectura da ponte, digamos que é pouco elegante, e toda feita de silhares, que saõ blocos de granito talhados, que a fazem muito forte.
Mas, para nós valorizarmos no seu conjunto, acho importante repararmos numa capelinha ou templo pequeno que há lá em cima da ponte, na qual temos de destacar uma estátua de "Nossa Senhora da Cabeça". No pedestal desta imagem há uma inscrição em caracteres góticos confusos, mas ainda legíveis, onde se diz que nesta nobre cidade de Plasencia, reinando o Rei D. Hernando e a Rainha Dona Isabel, nossos senhores, mandaram fazer esta ponte da Ilha que se começou no ano de MCCCCC (1500) e se acabou no ano MCCCCCXII (1512) no dia seis do mês de Abril, tendo sido o mestre dela D. Rodrigo de Alemão. Em frente desta inscrição, na
parte da ponte que olha para a ilha, estava o brasão de armas dos Reis Católicos, e digo estava porque há alguns anos um camião o atirou para o rio, e agora fica debaixo da capelinha, e não em frente dela. Naquela altura apenas havia uma ponte em Plasencia, a de "São Lázaro" assim a contrução desta teve muita importância já que supôs ligar a cidade com o outro lado do rio e também com as comarcas do Vale e da Vera pois a nova ponte ficava ainda mais perto delas.
Voltando ao início deste relato, gostava de destacar e dedicar umas linhas ao rio. O nome do rio é Jerte, mas antigamente era chamado Xérete, que quer dizer "rio do gozo", segundo os árabes. O Xérete, sem mudar o seu rumo percorre vilas, e pontes pequenas e grandes, antigas e modernas, mas não repara nelas. E este é o misterio que os livros não contam. Se paras um momento na ribeirinha e olhas para ele com calma, estás a perceber que o rio no seo passar, e a ponte na sua quietude, não partilham cadeias. Pode-se adivinhar que o "Xérete" há mais de cinco séculos fica apaixonado pela "Ponte Nova", e até fala baixinho para ela ouvir no seu decorrer. Se não acreditam, podem provar ... e ouvi-lo! Mas, o autêntico segredo é pensar em português, do contrário não acontece nada !... Imaginam porquê?...

Inês Maria (2NA)


2 comentários:

Departamento de Português disse...

Que bom, Inês! Já estamos à espera do teu segundo artigo...

Chema DG

Anónimo disse...

Muito obrigada pelo comentário.
Aproveito para dizer que acho bem
termos este magnífico blogue para
nós partilharmos as nossas inquietações.Parabéns!É uma ferramenta óptima!